Exemplo dos pais é fundamental para prevenir transtornos alimentares

A maioria das pessoas conhece como transtorno alimentar a anorexia ou a obesidade, mas são muitos os problemas relacionados à alimentação. E eles começam lá na primeira infância. Um deles é o transtorno alimentar seletivo (TAS), em que os portadores têm dificuldade em comer certos alimentos com base na textura ou aroma. Os alimentos que os portadores deste distúrbio conseguem comer podem ser limitados a certos tipos de comida ou até mesmo a marcas específicas de alimentos.

Em alguns casos, quem sofre do distúrbio chega até a excluir grupos inteiros de alimentos, como frutas ou vegetais. Algumas vezes, podem recusar os alimentos pela cor. Ou ainda podem preferir somente alimentos bem quentes ou bem gelados, bem crocantes ou bem macios, ou ainda alimentos sem nenhum molho.

A maioria dos indivíduos possuem um corpo saudável ou um peso normal. Não há nenhum sintoma externo e aparente associado ao transtorno alimentar seletivo. Isso quer dizer que não é possível identificar um indivíduo afetado por este transtorno pela sua aparência. As causas ainda não são conhecidas pelos cientistas, mas há hipóteses de componentes biológicos e psicológicos na etiologia desse transtorno. A determinação das causas do transtorno alimentar seletivo, porém, tem sido difícil devido à falta de uma definição concreta e de critérios para o diagnóstico. Entretanto, há causas prováveis, veja quais:

  • Existência de alguma relação entre os portadores de transtorno seletivo alimentar e transtorno obsessivo-compulsivo
  • Existência de uma relação também com os transtornos de ansiedade (fobias alimentares que causam uma grande ansiedade quando uma pessoa é apresentada a alimentos novos)
  • TAS e o Super paladar: alguns estudos levantam que os indivíduos afetados pelo TAS poderiam ter um paladar muito aguçado, o que provoca essa rejeição a sabores mais fortes.

Há pais em verdadeiro estado de “desespero” com filhos que apresentam transtorno seletivo alimentar. Como não entendem que é um distúrbio, e não um capricho ou uma forma de chamar atenção, geralmente adotam métodos “educativos”, que na realidade são catastróficos: obrigam a criança a comer, impõem punições e o “horário da comida” se torna uma verdadeira guerra para todos, e a criança ou adolescente simplesmente não sabe explicar o porque não consegue comer determinados alimentos. Também temos visto diagnósticos errados por parte de médicos, psicólogos e até especialistas em distúrbios alimentares quanto à orientação correta em relação ao paciente.

Prevenção de distúrbios alimentares

Com isso explicado, fica mais fácil entender a prevenção deste tipo de distúrbio. Manter uma alimentação saudável pode ser um grande desafio no mundo atual. A correria do dia a dia e a pressão da mídia da indústria alimentícia induzindo a maus hábitos alimentares impedem a criatividade e a variedade na hora de preparar e escolher os alimentos.

Os hábitos do cotidiano mudaram de maneira significativa. O almoço em família praticamente desapareceu, o jantar não reúne mais todos em torno da mesa, mas sim, da TV ou cada um em seu computador acompanhada de fartas calorias vazias.

As crianças atualmente se alimentam em frente à TV e comem excessivamente o que não deveriam comer: o refrigerante substituiu o suco e o leite, os lanches tomaram o lugar das refeições, mais e mais pacotes de novos lançamentos de salgadinhos e guloseimas ilustrados com personagens da TV, sorvetes.

Temos uma obesidade infantil crescente e ao mesmo tempo crianças obesas, mas ironicamente desnutridas, ou seja, carentes de micronutrientes como vitaminas e minerais. Entre as inúmeras causas que produzem maus hábitos alimentares podemos citar:

  • A correria do mundo atual associada a falta de tempo para comer, ocasionando a preferência por fast food em vez de uma alimentação balanceada
  • A frequente utilização de produtos industrializados, preferência esta que tem como consequência um apetite desordenado
  • A má mastigação e horários irregulares proporcionando má digestão e, consequentemente, problemas no sistema digestivo
  • A frequente utilização de produtos industrializados e produtos com elevada quantidade de sal, que contribuem para o desenvolvimento da hipertensão arterial e aditivos químicos que, quando utilizados, podem desencadear tumores malignos
  • A indisciplina alimentar, que contribui para aumento do consumo exagerado de alimentos com excesso de gordura, especialmente a saturada, ocasionando aumento do colesterol no sangue.

E evitar todos esses hábitos é uma das formas de prevenir alguns dos transtornos alimentares mais comuns. Nesse ponto, o exemplo dos pais é fundamental em vários aspectos: em primeiro lugar, praticando uma alimentação saudável. Naturalmente, compreendemos que muitos pais não podem fazer todas as refeições com seus filhos, mas devem orientá-los sobre uma alimentação saudável, sobre os perigos do excesso de conservantes, de sódio, de corantes e outros itens em alimentos industrializados.

Ainda é de fundamental importância a compreensão se algum familiar apresentar algum tipo de problema alimentar: seja um distúrbio alimentar, uma intolerância ou uma seletividade. É importante tentar se informar, compreender e buscar ajuda. Forçar a alimentação a qualquer custo devido à própria angústia em ver o filho(a) não se alimentar só agrava o problema. O exemplo tem de vir de casa.

Fonte: Minha Vida

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