João Corrêa desde a infância, gostava de correr e saltar nas aulas de educação física. Na juventude, mudou para Porto Alegre para trabalhar na construção civil, mas nunca deixava de correr no parque ao fim da tarde. Até o dia em que caiu do quarto andar de um prédio em obras. Com a queda, aos 19 anos, João ficou três dias desacordado e, ao despertar, completamente engessado no hospital, não conseguia mexer as pernas.
Meses depois, ainda hospitalizado devido ao risco de complicações, o médico lhe disse que ele tinha duas fraturas graves na coluna e não voltaria mais a caminhar. Nesse momento João achou que sua vida tinha acabado, pois ele era um atleta até então.
Após um ano hospitalizado, voltou para casa mas continuava inconformado com o diagnóstico, o que fez João começar a buscar reabilitação. Porém nos anos 80 a medicina não tinha tantos recursos e a sociedade também não era tão preparada para acolher um deficiente físico. Três anos depois do acidentes, leu alguns livros de associações internacionais para saber como é a vida de um cadeirante até encontrar um centro de reabilitação profissional.
E foi no centro que conheceu um professor que o convidou para ser atleta paraolímpico. No começo, jogou basquete para aprender a dominar a cadeira de rodas esportiva, que é mais rápida que a convencional. Seis meses depois correu a primeira maratona adaptada, em Santa Catarina. Depois disso, vieram mais 80 maratonas e 200 meia-maratonas em diversos países. João teve o prazer de correr algumas dessas maratonas vestindo a camisa da Seleção Brasileira.
Com o esporte, a vida do atleta mudou pra melhor, ganhou condicionamento físico, agilidade e bem estar. Aos 49 anos, casado e com um enteada de 8 anos, João não quis se aposentar e decidiu encarar mais um desafio: percorrer uma ultramaratona de 200 quilômetros na modalidade handbike. Para treinar, João conta com Dez voluntários que se revezam em duplas para garantir a segurança do atleta no trânsito. Ele diz que os voluntários são seus anjos da guarda.
Uma bicicleta importada, uma das poucas no Brasil, está sendo testada para cumprir o trajeto de Canoas a Osório e de lá a Porto Alegre em abril do ano que vem. Para finalizar, João afirma que o desafio é o que lhe move e que novas modalidades ajudam ele a estimular a ser um atleta de ponta. Depois da Ultramaratona, João ainda promete seguir treinando para disputar as paraolimpíadas do Rio em 2016 na modalidade de triatlo, que fará com que ele treine natação.
Ontem foi o Dia Internacional das pessoas com deficiência e João foi um exemplo de superação em diversas mídias, ganhando destaque na Zero Hora, site do Rotary Internacional, Facebook, etc. A Itati fica feliz em poder apoiar um exemplo de superação de vontade de vencer. E é por isso que parabeniza João Corrêa!
